<p>Sombra do agricultor Mauro Vieira Marques em pastagem alagada de Encantado, Rio Grande do Sul. Como muitos produtores gaúchos, Marques teve a casa e quase todo o rebanho arrasados pelas enchentes que atingiram o estado em maio (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)</p>
Clima

Das secas às cheias: Produtores gaúchos vivem de perto a crise climática

Com sequência de eventos extremos no Rio Grande do Sul, pequenos produtores rurais repensam como seguir vocação após desastre em maio

A agricultora Roselei dos Santos Porto, 44 anos, passou 15 dias sem coragem de ir à sua plantação, alagada pelas enchentes que afetaram quase todo o Rio Grande do Sul em maio. 

Porto já tinha voltado para onde vive, em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre, depois de sair às pressas por causa das fortes chuvas. Mas não tinha forças para ir até onde a terra preta compacta ocupou o que antes era uma colorida plantação de hortaliças, legumes e raízes. 

Quando finalmente decidiu inspecionar sua plantação na sexta-feira de 1º de junho, acompanhada da reportagem do Dialogue Earth, Porto chorou. “Às sextas, era o dia de encher o caminhão com as verduras para a feira”, lembrou ela.

Roselei dos Santos Porto com boné do MST e trator ao fundo. A paisagem tem árvores altas e um galpão de madeira.
Roselei dos Santos Porto retorna pela primeira vez à sua lavoura em Eldorado do Sul, nos arredores de Porto Alegre, duas semanas após as enchentes devastadoras (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)
Lavoura enlameada no assentamento do MST onde Porto cultivava verduras e legumes orgânicos
Lavoura enlameada no assentamento do MST onde Porto cultivava verduras e legumes orgânicos. Marcas nas árvores ao redor da plantação mostram que inundação chegou a quase três metros (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)  

A inundação não deixou nem rastro da plantação orgânica da família, em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). As árvores de capim-elefante ao redor da horta, de cerca de três metros de altura, traziam as marcas das enchentes: apenas seus cumes permaneciam verdes.

Essas enchentes foram consideradas o pior desastre ambiental da história do Rio Grande do Sul. As chuvas torrenciais começaram no final de abril e persistiram por quase um mês e meio, causando o extravasamento de rios, deslizamentos de encostas e inundações em cidades situadas em planícies, especialmente no Vale do Taquari, na região central do estado, e na área metropolitana de Porto Alegre. Até o início de julho, houve pelo menos 180 mortes, com mais de 30 pessoas ainda desaparecidas. 

Mais de 170 famílias do MST perderam sua produção. O extravasamento do rio Jacuí, que banha Eldorado do Sul, arrasou as instalações de uma das cooperativas do movimento e o maquinário da Pão na Terra, agroindústria de pães, bolos e biscoitos orgânicos que nasceu em um assentamento.

Sacos de alimentos embarrados em galpão do MST
Em razão das cheias, unidade do MST em Eldorado do Sul perdeu grande parte do estoque de alimentos, incluindo de arroz e feijão (Imagem: Rafa Dotti / MST)
Membros de cooperativa do MST limpam recipientes de vidro
Membros de cooperativa do MST limpam recipientes de vidro. Nas paredes, há marcas do nível que chegou a água das enchentes (Imagem: Rafa Dotti / MST)

Cerca de 2.300 hectares de arroz, sendo 755 hectares de orgânicos, ficaram submersos por uma semana, superando R$ 10 milhões em prejuízos, segundo dados preliminares do MST. 

Um dos maiores produtores agrícolas e campeão na produção de arroz no Brasil, o Rio Grande do Sul figura no epicentro de uma crise climática: é o sétimo evento extremo desde 2020. Foram três estiagens seguidas de quatro enchentes nos últimos quatro anos, o que torna o cenário especialmente grave para a agropecuária. 

Mas os impactos são sentidos há ainda mais tempo no estado. “De 2005 para cá, a cada quatro anos a gente precisa começar tudo de novo”, disse Marcia Riva, uma das fundadoras da Pão na Terra. Além de ter sua cozinha industrial inundada, Riva perdeu seu cultivo de cogumelos shimeji.

Marcia Riva, fundadora da agroindústria orgânica Pão na Terra, segura seu gato, resgatado após as enchentes. No fundo, uma casa de tijolo à vista e árvores altas.
Marcia Riva, fundadora da agroindústria orgânica Pão na Terra, segura seu gato, resgatado após as enchentes. No assentamento do MST onde estão suas instalações, foram perdidos muitos animais, principalmente galinhas, vacas e cachorros (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

Pesquisas sugerem que as mudanças climáticas podem potencializar os fenômenos El Niño e La Niña, que surgem de alterações nas temperaturas do Oceano Pacífico e provocaram efeitos devastadores no Rio Grande do Sul. Além disso, um estudo recente com pesquisadores de cinco países aponta que o aquecimento global dobrou as chances de chuvas fortes em um curto intervalo no estado.

As estiagens de 2020 a 2023 foram influenciadas pelo La Niña, que afetou também os vizinhos Argentina e Uruguai. No ano passado, com a chegada do El Niño, ocorreram três enchentes: em junho, setembro e novembro, que deixaram mais de 70 mortos, a maioria nos vales do Taquari e Caí, também na região central.

Produtores rurais não querem desistir

Por três dias, o Dialogue Earth percorreu cinco cidades gaúchas para entender os impactos dos extremos climáticos em pequenos produtores. Apesar do novo choque, a maioria não quer desistir, mas espera apoio público para continuar seu trabalho.

field of destroyed crops
Vista de plantações devastadas na estrada rumo ao Vale do Taquari, região central do Rio Grande do Sul. Enchentes afetaram 56% das 365 mil propriedades rurais do estado (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

Está em tramitação no Congresso Federal um projeto de lei estendendo os prazos das dívidas a vencer de produtores atingidos pelas enchentes. Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário anunciou um fundo garantidor de R$ 600 milhões para as vítimas acessarem linhas de crédito federais. 

No dia 3 de julho, o governo federal anunciou incentivos a produtores rurais, como faz anualmente pelo Plano Safra. Mas dispensou mais de R$ 400 bilhões aos grandes e médios produtores do país, quase quatro vezes mais que à agricultura familiar, que receberá R$ 86 bilhões

“Para surpresa de ninguém, o volume destinado à agricultura familiar continua gigantescamente desigual ao destinado ao agronegócio. Não é justo”, disse em um pronunciamento a coordenadora de agroecologia do Greenpeace Brasil, Mariana Campos. 

As enchentes afetaram 56% das 365 mil propriedades rurais no Rio Grande do Sul. A Emater, agência federal de assistência técnica rural, aponta que os prejuízos são mais acentuados nas áreas onde predomina a agricultura familiar, como na região metropolitana e nos vales do Taquari e Caí.

demolished wooden building
Roca Sales, no Vale do Taquari, sofreu quatro enchentes nos últimos dez meses. Medidas do governo federal para lidar com eventos extremos podem não ser suficientes para reconstruir agropecuária gaúcha, segundo especialistas (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

As medidas do governo federal talvez não sejam suficientes para reconstruir a agropecuária no Rio Grande do Sul, que já enfrentava um intenso êxodo rural e o envelhecimento de sua mão de obra. Mais da metade das propriedades é comandada por pessoas com 55 anos ou mais.

Os censos agropecuários mostram que a agricultura familiar já vem perdendo espaço. O número de pequenas propriedades desse setor passou de cerca de 378 mil, em 2006, para 294 mil, em 2017 (o mais recente), um encolhimento de 22%. 

“Sem uma política pública de perdão de dívidas e financiamento com [extensão do prazo de] carência e juros baixos, muitos não voltarão a produzir, nem haverá estímulo à sucessão”, disse o engenheiro florestal Ernestino Guarino, pesquisador da Embrapa, órgão do governo federal voltado à inovação agrícola. 

A Embrapa criou uma plataforma para estimar os impactos e propor um novo modelo de agricultura mais resiliente ao clima. Mas Guarino diz que “os próximos meses serão decisivos” para saber se a atividade perderá ainda mais espaço, e isso dependerá das ações a serem tomadas.

É consenso entre os especialistas ouvidos pelo Dialogue Earth que é preciso corrigir injustiças de financiamento entre o pequeno e grande produtor, que acedem com mais facilidade ao crédito; haver estímulos à recuperação de áreas degradadas e à adoção de práticas sustentáveis; e fortalecer agências de apoio, como a Emater e Embrapa. Sem isso, dizem eles, produtores não se recuperariam do novo nocaute.

“É preciso haver impulso a um novo modelo de produção agroecológico, com respeito à legislação ambiental, que recompense financeiramente o agricultor que preserva”, disse Sérgio Schneider, professor da Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e consultor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

O agrônomo Pedro Selbach, professor do departamento de solos da UFRGS, estimou, junto a colegas da universidade, um prejuízo de R$ 19,4 bilhões nos impactos imediatos da agricultura familiar, pela perda de lavouras e da produção. Já os prejuízos com a perda de fertilidade do solo foram estimados em R$ 6 bilhões, mas tais efeitos serão de longo prazo.

Rachaduras em solo enlameado após as cheias
Rachaduras em solo enlameado após as cheias. Em muitas áreas, força das chuvas removeu camada arável dos solos ou modificou completamente suas propriedades, conforme o agrônomo Pedro Selbach (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

“Muitas áreas que eram agricultáveis agora não são mais, algumas podem levar 400 anos para se recuperar”, disse Selbach, explicando que a força da enxurrada levou sua camada arável ou modificou por completo suas propriedades em áreas que ficaram por semanas inundadas. “Houve um dano severo às características físicas, químicas e biológicas dos solos”. 

Um levantamento de Cleberton Bianchini, do Movimento Pró-Mata Ciliar do Vale do Taquari, mostrou a intensa destruição das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), estabelecidas por legislação nacional para proteger a vegetação próxima a cursos hídricos. Mais da metade da área de APPs às margens dos 140 quilômetros do rio Taquari, que corta a região, foram convertidas em pastagens, plantações ou infraestrutura urbana — em alguns casos, antes de a proteção ser incorporada, em 2012.

Além disso, de 1985 a 2022, o estado perdeu 22% de sua vegetação nativa, e um terço dessa destruição ocorreu na bacia do lago Guaíba, que banha Porto Alegre e se estende pelo sul tocando várias cidades. No mesmo período, avançaram a produção de soja, a silvicultura e a área urbanizada.
Um levantamento preliminar feito por Selbach e colegas avaliou a relação do desmatamento com as enchentes. Se as margens do lago Guaíba tivessem sido preservadas, a elevação do rio teria sido até 1,5 metro menor, o que teria evitado a inundação de Porto Alegre, que ficou com metade dos bairros submersa.

Lama e pedra sobre plantações

Em Muçum, no Vale do Taquari, o transbordamento do rio Guaporé, algo inédito, arrasou a propriedade da família Canal, que planta feno há mais de 40 anos. Os 748 milímetros de chuvas em três dias no final de abril, mais de cinco vezes a média para todo o mês, fizeram pedras deslizarem das colinas, cobrindo um açude e parte da pastagem da família. “Se não tem pedra, tem lama”, disse Ezequiel Canal, 32 anos, apontando para seu açude soterrado.

Izair Canal (à esquerda) e seu filho Ezequiel caminham pela fazenda da família em Muçum, onde deslizamento de rochas cobriu parte das pastagens.
Izair Canal (à esquerda) e seu filho Ezequiel caminham pela fazenda da família em Muçum, onde deslizamento de rochas cobriu parte das pastagens. Após três inundações, eles planejam deixar suas terras (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

A enxurrada levou 340 bolas de feno, representando um prejuízo de R$ 165 mil à família. E, ironicamente, arrancou seu sistema de irrigação subterrâneo, importado de Israel por R$ 250 mil, para se precaver da seca, mas que não chegou a ser usado. “Durante a estiagem, foram três anos faturando 40% menos a cada ano”, disse ele.

Adair José Villa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Muçum, acrescenta: “Um dia de cheia estragou mais que três anos de estiagem”. 

De pé sobre as pedras, ao lado de um galpão de alumínio com o teto retorcido pela enxurrada, Ezequiel e seu pai Izair, 65 anos, planejam deixar suas terras. 

“A uma enchente você sobrevive; a três, não”, disse Izair, que viveu o impacto severo de uma cheia pela primeira vez há menos de um ano. Dessa vez, Izair e a esposa, Ana, se refugiaram dentro da concha de uma retroescavadeira por um dia e meio à espera do resgate, enquanto assistiam à propriedade submergir. 

A cerca de 15 quilômetros a sul de Muçum, o município de Encantado também sofreu com o extravasamento de arroios (ou riachos) como o Jacarezinho, que isolou uma comunidade rural, ocupada por pequenos produtores de leite e suínos.

Mauro Vieira Marques, agricultor do município de Encantado, em meio aos escombros de sua propriedade rural
Mauro Vieira Marques, agricultor do município de Encantado, em meio aos escombros de sua propriedade. Ele e sua esposa Ivete Justina produziam queijos artesanais e ovos, além de cultivar frutas e legumes (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

Mauro Vieira Marques, 65 anos, perdeu duas vacas, dois novilhos e 150 galinhas e frangos, arrastados pela correnteza. De toda a produção, sobrou apenas uma vaca. 

O agricultor e a esposa, Ivete Justina, administravam uma propriedade de meio hectare, onde produziam queijos artesanais e ovos, além de cultivar frutas e hortaliças. “Nem minhas árvores frutíferas existem mais”, disse Mauro, mirando uma planície descampada.

Encontramos Mauro em meio a escombros do que sobrara de dois pequenos galpões, onde ficavam a produção de queijo armazenada em freezers, um tambo de leite e um aviário. “Isso aqui era um paraíso, agora parece que explodiram uma bomba”, acrescentou ele. 

Os dois filhos do casal moram longe e insistem para que eles deixem o local. “Mas nossa vida é aqui”, disse Mauro, que pretende reconstruir sua casa em um lugar mais alto e recomeçar devagar. Mesmo assim, estão desolados. “Como podemos ficar, se nem o rio tem mais leito?”, disse ele, olhando para um córrego que agora parece uma área alagada e sem forma definida.

Colchões e móveis secam ao ar livre em Encantado.
Colchões e móveis secam ao ar livre em Encantado. Muitas famílias de produtores do Vale do Taquari sofreram grandes perdas com as inundações (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

A três quilômetros da propriedade do casal, a família Gonzatti sentiu os efeitos da enchente mesmo vivendo na serra. Os deslizamentos pouparam seus mais de 1,1 mil porcos, mas isolaram sua propriedade por 18 dias, que ficou sem luz nem água. A situação obrigou os irmãos Josué e Jonathan a caminhar quatro quilômetros por dia para alimentar os animais com a pouco ração que lhes restou.

A família Lorenzon, na suinocultura há três gerações, também teve prejuízos. A enchente chegou no momento em que embarcavam os suínos em um caminhão para o abate, e uma queda de barreira na estrada impediu o transporte. Também não tinha como comprar ração, e havia pouca estocada. “Tivemos de racionar a ração, e perdemos 13 animais [de fome]”, disse Gustavo Lorenzon, 37 anos. 

Desde que decidiu seguir a tradição familiar, em 2021, Lorenzon sofreu com estiagens e enchentes, além da alta no preço dos grãos que servem à ração suína. A pandemia, a guerra na Ucrânia e a seca fizeram o preço do milho dobrar temporariamente, e o da soja crescer 60%. 

“Queremos continuar na atividade, é a nossa vocação, mas estamos muito à mercê das intempéries”, disse o suinocultor.

Pescadora Vanusa Kaiper observa a cidade de Porto Alegre na margem oposta do lago Guaíba
Pescadora Vanusa Kaiper observa a cidade de Porto Alegre na margem oposta do lago Guaíba. Ela e o marido Isaías ficaram pelo menos dois meses sem pescar após as cheias (Imagem: Anna Ortega / Dialogue Earth)

Até meados de junho, alguns produtores sequer haviam conseguido voltar para casa, ainda alagada. Os pescadores Vanusa e Isaías Kaiper, moradores do bairro Arquipélago, na grande Porto Alegre, completaram dois meses sem pescar no lago Guaíba. “Os peixes estão contaminados por comerem animais mortos e lixo”, disse Isaías em junho. “Não podemos pescar agora, é preciso esperar”. 

Ainda assim, as cheias não o preocupam tanto quanto a estiagem, que em 2022 fez os peixes sumirem. “Tivemos de comprar peixe para revender”, explicou ele. 

Mas o casal também não quer desistir apesar das adversidades climáticas. “Criamos nossas filhas com a pesca e vamos continuar”, disse Vanusa.

Pedidos por seguro se acumulam

Em uma das mesas do escritório da Emater em Encantado, uma pilha de papel de quase um metro dá ideia do tamanho do problema para continuar na agropecuária: são laudos do Proagro, espécie de seguro emitido pelo governo federal para suspender as obrigações financeiras em caso de fenômenos naturais. 

“Até 2013, os agricultores da região sequer sabiam o que era Proagro”, disse o agrônomo Eduardo Mariotti Gonçalves, responsável pela assistência técnica de 300 propriedades rurais do município. “Agora quase não conseguimos dar conta das vistorias [para a obtenção do seguro].” 

Para ser apto ao Proagro, o produtor precisa plantar seguindo o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), um mapeamento do governo federal que indica os riscos e os cultivos apropriados para cada área. Se ele plantar fora dos limites do Zarc, não tem direito ao seguro. Mas Gonçalves estava particularmente preocupado com a oferta do seguro após tantos desastres.

Depois das enchentes de maio, o Rio Grande do Sul deve enfrentar o segundo semestre mais seco com a chegada de mais um La Niña no segundo semestre. Mas o risco de inundações pode voltar na virada para 2025, conforme indica o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. “Mais do que nunca, o agricultor vai precisar tomar suas decisões baseadas no clima”, vaticina Pedro Selbach. 

Yasmmin Ferreira colaborou com a reportagem.