Pouquíssimas imagens conseguiram atrair o mesmo nível de atenção e reprovação da mídia global, recentemente, do que as que mostravam incêndios florestais consumindo a Amazônia durante os meses de agosto e setembro de 2019.
As queimadas reacenderam um debate internacional acalorado sobre gerenciamento de recursos soberanos e responsabilidades de limitar as emissões que causam mudanças climáticas. Mas eles também ajudaram a esclarecer o papel complexo que os produtores e consumidores de commodities agrícolas da América do Sul desempenham no desmatamento dos biomas mais sensíveis da região.
![impactos China soja carne América do Sul](https://dialogue.earth/content/uploads/2019/12/Screen-Shot-2019-12-05-at-14.10.35.png)
As empresas chinesas do setor de alimentos compraram um quarto das exportações brasileiras de carne bovina em 2018, um aumento de 50% em relação ao ano anterior e mais do que qualquer outro país. Além da carne bovina, a China também é o país que compra mais soja do Brasil, onde a produção cresceu 312% entre 1991 e 2017, e da Argentina.
Em um momento crítico da mudança dos padrões de comércio global e ameaças renovadas à maior floresta contínua do mundo, o Diálogo Chino apresenta uma seleção especial de reportagens que examinam os impactos da demanda chinesa por soja e carne bovina da América do Sul. A série explora novas maneiras de satisfazer a demanda crescente, tornando o comércio mais sustentável.
E, apesar dos inúmeros desafios, há motivos para otimismo. Os consumidores chineses se preocupam cada vez mais com o que comem e o mercado de alimentos de origem sustentável está crescendo. Em reconhecimento a isso, grandes traders chineses de commodities estatais, como a Cofco, assumiram compromissos de eliminar o desmatamento das cadeias de suprimentos.
As reportagens desta série trazem perspectivas chinesas e locais únicas para a conversa sobre como melhorar a sustentabilidade, o que tem implicações não apenas para os investidos no comércio agrícola, mas para todo o mundo.