Negócios

Mapeando os interesses chineses em soja e carne na América Latina

Um novo mapa interativo da Diálogo Chino mostra onde e como os investidores chineses estão envolvidos no próspero comércio de soja e carne bovina
<p>Um guindaste descarrega fertilizante no porto de Paranaguá, sul do Brasil. Os investidores chineses estão apoiando o comércio China-América do Sul com investimentos em toda a cadeia de suprimentos. (Imagem: Alamy)</p>

Um guindaste descarrega fertilizante no porto de Paranaguá, sul do Brasil. Os investidores chineses estão apoiando o comércio China-América do Sul com investimentos em toda a cadeia de suprimentos. (Imagem: Alamy)

Em todos os sentidos, o comércio global enfrentou tempestades excepcionalmente rigorosas nos últimos anos. Mesmo antes do surto de coronavírus, que levou o comércio à sua maior retração em quatro anos para o primeiro trimestre, segundo a Organização Mundial do Comércio, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China já tinham reduzido as atividades e afetado a confiança dos investidores.

Além disso, eventos como a guerra comercial e o surto de gripe suína africana na China acabaram realinhando relacionamentos e fortalecendo o comércio agrícola entre os chineses e os brasileiros, até hoje aparentemente imune à pandemia.

5,9%


Foi o aumento das exportações de carne brasileira para a China no primeiro trimestre de 2020

As exportações agrícolas para o mercado chinês aumentaram 5,9% em comparação com o mesmo período no ano passado. A China foi o destino de três quartos da soja brasileira e de metade da sua carne bovina, segundo divulgou a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais em maio. Os números atingiram altas históricas.

Embora as perspectivas futuras da política e da economia mundial continuem voláteis, o comércio agrícola entre a China e a América do Sul não parou. Isso revela a estabilidade da demanda chinesa, que conta com grandes investimentos em logística e em outras indústrias da cadeia de suprimentos.

O comércio forte é bom para o agronegócio, mas o aumento das vendas e dos investimentos em infraestrutura traz consigo grandes riscos para os biomas mais vulneráveis da América do Sul, como a Amazônia, o Cerrado e o Chaco, todos eles vitais para o armazenamento de carbono. Além do Brasil, outros países também ampliaram ou estabeleceram comércio agrícola com a China desde a virada do século, entre eles a Argentina, o Uruguai e a Bolívia.

Um novo mapa interativo da Diálogo Chino mostra onde e em que estágio da cadeia de suprimentos os investidores chineses, públicos ou privados, ampliaram a sua presença nas indústrias de soja e carne bovina na América do Sul. Ele mostra os projetos apoiados por bancos de investimento (os chamados “policy banks”), pelo investimento estrangeiro direto e por empréstimos do Novo Banco de Desenvolvimento liderado pela China. O mapa usou principalmente dados coletados pelo Diálogo Interamericano, Universidade de Boston e Rede Acadêmica da China e América Latina.


Embora o mapa seja abrangente, é difícil monitorar todos os investimentos chineses na América Latina porque novos atores e veículos de investimento não param de surgir, incluindo bancos comerciais e fundos especiais. O mapa aponta as transações comerciais de soja e carne bovina, com valores e datas que podem ser confirmados por fontes confiáveis de informação. No entanto, algumas tendências novas podem ajudar a delinear um quadro mais claro do que está acontecendo no comércio e nos investimentos em agricultura. Acompanharemos tudo de perto.

Enquanto o comércio global passar por esse período de choques e realinhamentos, o mapa pode ser um bom ponto de partida para aqueles que querem entender melhor como os investimentos chineses financiam um comércio multibilionário – e também como eles interagem como alguns dos ecossistemas mais preciosos do mundo.

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